Faltando apenas uma semana antes
da estreia do terceiro longa de ‘Jogos
Vorazes’, muitos viram Josh em um papel muito diferente. O jovem ator
interpreta um surfista canadense que viaja para a Colômbia em busca do paraíso
com seu irmão.
Em uma entrevista publicada hoje
pelo SensaCine, Josh conta sobre ‘Escobar:
Paradise Lost’, ‘A Esperança – Parte 1’,
sua participação no ‘Héteros Mas Sem
Preconceito’ e se pensa em produzir filmes. Confira a matéria traduzida
abaixo!
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Seu personagem neste filme, Nick, passa de viver em um paraíso a fugir
de um dos homens mais perigosos do final do século XX. Como foi se preparar
para este personagem?
Minha preparação consistiu em
falar com Andrea Di Stefano, o diretor, sobre o personagem: Quem é Nick, qual o
seu passado, como era sua família... Para mim o mais importante, quando
interpreto um personagem, é entender como ele é. Neste caso, Benicio Del Todo
era diferente, porque ele tinha que retratar uma pessoa real, Pablo Escobar, o
que leva a um tipo específico de pesquisa. No meu caso, eu precisava construir
Nick e mentalizar como ele se sentia. O roteiro me ajudou muito, para eu
conseguisse passar essa imagem real e aterrorizante.
O filme se passa na Colômbia, você aprendeu espanhol?
Um pouco. A equipe do filme era
fantástica, porque era uma mistura de franceses, espanhóis e latinos
americanos, assim eu aprendi algumas palavras durante as filmagens. Por
exemplo, “Para mim, eu prefiro escutar, falo um pouco mal, como se fosse um
índio,” disse em espanhol.
Um dos bandidos que você enfrenta no filme é interpretado pelo ator
Carlos Bardem. Espero que tenham se dado melhor nos bastidores do que mostram no
filme.
Claro, Carlos é um cara muito
divertido. A verdade é que nos entendemos muito bem com toda equipe. As condições
de filmagens eram muito duras por causa do calor, e sem a equipe de filmagens,
que derramou sangue, suor e lágrimas, não iriamos terminar o filme.
Você já conhecia Benício em outro filme latino, qual é sua relação com
a América Latina?
Eu viajei para muitos países da
América Latina. Os espanhóis e latinos são muito honestos. Então, toda vez que
eu vou para esses lugares, tento conhecer ao máximo sua história e cultura.
Eu gosto de um filme que você não só estrelou, mas também produziu, ‘Detention’ de Joseph Kahn...
Bem, eu acho que você é único que
reparou isso.
O que o fez decidir produzir este filme de humor extremo?
Eu realmente queria fazer um
filme que fosse para minha geração. Que falasse da minha geração e transmitisse
essa energia. Neste tempo onde as coisas acontecem tão rápido... O roteiro de
Joseph, você pode imaginar, era uma loucura, algo completamente fora de
controle. Então quando li, pensei que era um diretor com uma visão inteiramente
pessoal que eu tinha que dar o meu apoio. Era uma experiência totalmente
diferente. É um filme muito, muito louco...
E o que pode nos dizer sobre a próxima aventura em ‘Jogos Vorazes’?
Para mim, é o filme mais poderoso
e sombrio da saga até agora, como você já pode imaginar se leu o livro. Eu acho
que é um filme diferente, que não só mostra o que acontece neste mundo
ficcional particular. Neste caso, acaba sendo um pouco um reflexo do que está
acontecendo no mundo real: esta série de revoltas populares e revoluções devido
a um descontentamento geral.
O filme também é uma das últimas interpretações de Philip Seymour
Hoffman (Plutarch Heavensbee)...
Era um daqueles atores que se
perdem nos papéis desempenhando de forma profunda, foi muito impressionante.
Além disso, ele era um cara muito legal, e apesar de não concordarmos tanto
quanto eu gostaria no set, sinto muito a sua morte.
Você é um defensor para os direitos da comunidade gay, algo não muito
comum entre os jovens de Hollywood. Por que você decidiu se envolver nesta
causa?
Minha mãe foi criada, em parte,
com um casal de tios que eram gays e eles faleceram antes de eu nascer. Ela era
muito próxima a eles e em casa sempre fomos muito preocupados sobre a questão
de igualdade de direitos, não só para a comunidade gay. No mundo existem muitos
problemas, crise econômica, violência e outros, e quem encontra o amor, de
alguma forma, encontra a felicidade. Então acho muito chato considerar que há
algo de errado ou até mesmo considerar como um problema mental o fato de que
alguém ame outra pessoa do mesmo sexo. Por isso sou tão envolvido nesta causa.
Também acho que é importante que a comunidade gay receba apoio de todos aqueles
que são heterossexuais. Temos esta organização com uns amigos que trabalham diretamente
em escolas para aumentar a conscientização sobre a questão de não-discriminação.
Além disso, quando pequenos, talvez nem sequer têm sua orientação sexual
definida. E todo mundo deve se sentir confortável sendo o que realmente é.
Tenho muita sorte, porque minha família me apoiou no meu sonho em me tornar
ator, então eu acho que todo mundo tem o direito de receber apoio naquilo que
quer ser.
Você tem medo de que o fim de ‘Jogos
Vorazes’ acabe te estereotipando?
Na verdade, não. Existem muitos
atores que trabalham neste filme, e a maioria já tinha uma carreira antes e vai
continuar a ter. O filme vai ser importante em nossas vidas, mas vamos
trabalhar em outros sem problemas.
Se pudesse escolher um diretor para filmar seu próximo filme, qual
seria?
David Fincher é sem dúvidas o meu
favorito. Parece um cineasta incrível.
Tem planos para voltar a produzir qualquer outro filme?
Eu estou me preparando para
dirigir um projeto. Eu não tenho nada fechado, porque acho que tenho muito a
aprender. Mas estou lendo vários roteiros, porque não me vejo escrevendo-os, eu
não sou um escritor. Embora o que realmente me parece um desafio seria dirigir
a mim mesmo, então talvez eu trabalhe com outro ator.
Fonte: SensaCine